segunda-feira, 31 de março de 2008

O Cotidiano de Amélia



Realmente cedo ela levantou-se e foi procurar o que fazer naquela casa minúscula, que não faltava,trabalho de forma alguma tinha sempre muito o que fazer se sobrava-le algum tempo ia cozer,tinha tornado-se eira a muito tempo,muito jovem melhor dizer. Mas nunca reclamou da sorte ao marido que tinha um poco mais que dez anos de diferença,ela não tinha casado-se por conveniência,mas por questão de sobrevivência. E até hoje assim é.
Assim seguiu seu dia como todos os outros. Lavadeira,cozinheira,faxineira....como se era. Ao sair para a área onde esperavam-te sabão,escova e agua sanitária,sentiu um forte calor. Olhou o céu como a muito não o admirava,estava sempre tão ligada as coisas que seus olhos viam e suas mãos seguravam que esquecia da beleza de contemplar coisa simples e tão lindas como um belo céu raiado de sol;sol esse que lhe amparava no trabalho diário. Os olhos passearam por toda a extensão que lhe alcançava as vistas por muitos segundos...e ali com a bacia de roupa largada na cintura e o corpo meio enclinado para um dos lados ela desejou como a vinte anos atrás. Sim,a imensidão azul que estava adiante dela por tanto tempo como um cobertor,um véu,se tornava um tapete de oportunidades e vontades,ali de pé largou a bacia aos seus pés,respirou e deu um giro vagaroso ante a sí querendo observar-se e como de um sono muito longo tivesse despertado...correo em suas sandálias gastas até seu quarto,se detém na porta, e lá um espelho esperava anciozo. Ela calmamente anda até ele,como num encontro de namorados afim de aprovação do que nem sabem;agora ele mostrava a ela uma mulher desconhecida,amadurecida por demais.
Assustada ela se recua,e apóia-se em uma pequena cômoda ,que oscilou com seu enpuço,afinal seu estado já era questionável,ali ficou parada pensando em quem erra aquela mulher que o espelho revelara...havia passado tanto tempo assim,e ela não tinha notado sua mudança,seu estado,e que estado era mesmo esse,de mulher,esposa,onde podia caber-se ...olhou as mãos daquela mulher,tocou os cabelos secos e alisou a pele áspera cheirando a detergente de louça,sentou,deitou no chão e como se pedisse a quem, outro sonho deixou-se lá caída.
............acordou,seu marido já estava em casa,e ela em sua cama deitada. De um salto estava de pé,calçou seu chinelos que não eram tão velhos,correu para sala preocupada com a hora, já devia passar das oito,e o jantar deveria estar sendo posto a mesa,ele sempre tem muita fome trabalha como um burro e come como um porco,avida toda parecia se importar mas com a ração do que com qualquer outra coisa,porem erra um homem digno e não abusava de sua condição. Olhou o relógio na parede uma peça antiga e bela,muito bela e de puro bom gosto. Não estava tão atrasada tinha ainda alguns minutos enquanto seu marido tomava uma boa ducha para aliviar o cansaço da labuta,aquele trabalho todo um dia ainda o deixaria doente ela as vezes pedia pra que ele não trabalhasse tanto sobre tudo aos domingos e feriados,o que tinha achava ser o suficiente. Chegou na cozinha,ha! Como lhe satisfazia entrar e ver tudo limpo e no seu lugar,o piso lustrava de tão novo e limpo. Mesa posta,marido faminto,cotidiano de uma amélia,tira o avental,senta-se ao seu lado e ambos servem um ao outro...por fim um beijo,ele segue para o sofá pra ver um pouco das noticias no jornal e depois vai a cama,ela ponhe o avental,lava a louça depois segue para a cama,lençol limpo,travesseiros macios,luz baixa,lugar perfeito para estar depois de mais um dia.
Deitada algo acaricia sua face lentamente,como se descesse percorrendo cada partezinha dela,seguindo um caminho linear e continuo....
Ela abri os olhos lentamente,a luz do sol encomoda ,um polco,mais ela ainda tem aquela sensação de que algo alisa seu rosto,enclina um pouco mais o rosto e vê de um frasco de shampoo cair vagarosamente seu conteúdo sobre ela,e da sua face até seu corpo escorria o liquido amarelo-claro com cheiro forte de verão,como dizia o rotulo,num salto pulou do chão onde adormeceu por segundos, seus gastos chinelos voaram dos seus pés,seu avental puído sobre seu corpo todo sujo de shampoo,e seu cabelo preso num lenço de flores tropicais,era ela. Ageitou-se,e correo para ver as horas no relógio preso na parede do apertado corredor que ligava o quarto a sala,estava bem velho e as vezes ele parava por segundos e depois de muitos outros voltava a funcionar,estava ali antes mesmo de virem morar na casa...sufocada passou direto e chegou a porta vendo a rua, seus olhos brilharam outra vez ,desceu o monodegral andou algums passos e vendo que o sol já queria se despedir dela deixando o céu rubro-rosa amarelado voltou-se para sua casa afim de pegar alguma coisa,e se deteve na porta .Nada queria daquele sonho que não sonhou,que não formou,tinha um maior no ventre tão fresco e avido quanto agua de rio. O próximo nascer do sol,ela pensava,eu não sei onde vou ver....e correo largando,sandália,avental,lenço,marido,as eiras e tudo que a vinte anos atrás a tornou numa mulher que nem ela sabia que era....correo descalça,com os cabelos crespos ao vento descendo ladeira a baixo,tudo lhe trazia rapidamente ,exatos, vinte anos!

20.01. 07

sábado, 29 de março de 2008

O segredo


Esperou por dias a ligação dele,e foi inútil,ninguém ligava,nem mesmo os setores de cobrança para lhe dar uma certa aflição no peito,mas nada mudava o silêncio daquele lugar,daquela sala onde estava a dias prostrado com o coração almejante,por uma simples ligação um simples toque apenas,porem o mesmo ocorreu durante quase um mês. Afundou-se no sofá e pois-se a apenas sonhar com o que poderia ter vivido,e se condenava por não ter antes dito o que sentia,maus dias,más horas,bem-ditos pensamentos que apenas o leva em doces carruagens de ilusões e o largava em segundos de depressão.
Que cor tem agora o dia lá fora,acabou a comida,terminou o gás,e momento de se arrastar pela rua,descer por lugares mais escondidos andando longe das pessoas e evitando os conhecidos,para que não notem o aparente e lhe faça perguntas de respostas exatas. Sim ,ainda que tenha que olhar na cara da funcionaria do mercado,ou fitar um ou outro olho por algum débil motivo,não se demoraria ali,voltaria ao seu exílio o mais rápido....teu exílio,porque outro não te quis, porque um par de pernas marchou par outro lugar,e nem ao menos sabia da existência desse sentimento que transforma em minutos tudo,sentimento esse que quando se apressa aflora, erva daninha em bom pasto podendo alastrar e devastar o mais sábio dos seres e deixá-los em raque,acabando com toda sanidade.
Sem perceber seu cabelo tinha perdido o corte, seu chinelo e unhas sujas,seu rosto com uma barba falhada.......sentou-se novamente no sofá pensou mais um pouco,e ligou a tv;seu mundo tinha ficado compacto,como sua mente,tudo tinha reduzido proporcionalmente a uma simples coisa: não viver sua própria vida,e deixa-se. Viveria apenas de tv e comer. Do telefone e qualquer coisa que pudesse ligar-le ao externo de forma direta, como carta,buzina,janela,tinha eterno desprezo.
Uma semana,mais,passou e a buzina tocou,e ele nem se moveu,barulhos na porta,e nem se abalou,nada o tirava da sua forma inútil e estática,nem mesmo as muriçocas que zumbia em círculos no seu ouvido. De repente uma voz rouca e conhecida grita,ela esta longe,mais consegue atravessar a madeira da porta. E grita muitas vezes as mesmas palavras. Indagou-se quem poderia ser a esta hora da manhã, que voz é essa que soa conhecida, porem não recordada. Abriu apenas os olhos, mais manteve-se na mesma posição.
Um,dois,três.......vários tombos e a porta chaga ao chão. Com um barulho estrondoso,e uma figura alta aparece diante aos seus olhos estalados e peito acelerado. Nenhuma palavra sai.
O outro indaga:
_Pedro....que aconteceu aqui.?
Nada ainda .
_Que aconteceu aqui?nossa você morreu e não removeram o corpo.
Andava pela sala chutando as coisa ,as vezes pegava uma lata no chão,e cheirava fazendo uma cara feia,contraindo a face. Galgando as montanhas de sujeira pela casa,chega a cozinha.
_Nossa!!! O que é isso velho?? Pedro ,que ta acontecendo contigo? Responde._anda até o amigo,para em teus olhos e vê um cadáver vivo_ Precisa de ajuda,tem alguma coisa que eu preciso saber. Você pode falar comigo.........
um silêncio mórbido toma conta,um ar triste tomou o outro corpo que entrou naquela casa. Olhando o amigo sentou no braço do sofá e baixou a cabeça.
_ Não vai me falar....tenho tanto pra lhe falar,aconteceram tantas coisas,eu precisei tanto ouvir alguém,um conselho,mais você,nunca estava pra mim amigo_ respirou _ agora só não sei porque,não entendo porque nunca atendia minha ligações.......nunca!
Antes que ele continuasse ainda com os olhos fitos na porta quebrada,com os dentes cerrados,mal abria a boca.com raiva disse:
_Simplesmente porque você nunca ligou para mim!
_Como assim,nunca liguei pra você...você é quem nunca atendeu meus chamados,te ligue praticamente todos os dias,mais estava ocupado de mais,esse seu telefone ocupado,ocupado,o que estava fazendo aqui em,olhe como essa casa esta,olhe o seu estado Pedro.
Moveu-se um pouco...._Telefone o culpado,amigo,precisei de você,quês palavras lindas........Você não tem noção do que fez na minha vida..
_ Eu fiz!como,isso aqui não é obra minha meu caro,não tenho participação alguma.
Voltou a fitar a porta em quanto o amigo levantava e passava a mão no cabelo.
_Porque não me disse que ia viajar,porque não me ligou apenas,porque..
_Eu te liguei varias vezes _exaltado batendo no peito_ antes mesmo de viajar,eu te liguei Pedro!
_Não,não ligou _descobriu seu corpo,sua roupa estava fétida como a pele de um urso velho,de pé andou ,apontou para o aparelho telefónico _ eu estive aqui do lado cada segundo esperando que essa merda tocasse e nada,nem se quer um simples ruído qualquer que fosse,e desejei tudo,ate não desejar,mais eu quis coisas ruins,eu afundei em mim,e você vem para cá me dizer que ligou varias vezes pra mim ...não te conheço,não sei quem é você..
Pedro respira e diz: amigos!com um profundo desprezo,e enquanto o outro chegava perto to telefone,passando por ele:eu liguei. A voz agora branda e olhar profundo. Pega o aparelho devagar, leva até seu peito com uma das mãos enquanto a outra examina o fio.
_ Você não presta,não tem coração,nem ta ai pra quem se importa contigo. Acreditei em seus sonhos,apoiei em todas as horas e decisão e me virou as costas como um gato deixa o dono por um canto da casa,nem imaginou um segundo como eu ficaria nê .........também não tinha porque,sou só seu amigo e nada mais.que importância faz o que faça,nem sei porque ainda estou aqui de pé,falando com você,alguém que me reduziu a pó, por....
_Olha pra mim Pedro,vê,eu te liguei esse tempo todo,mais seu telefone esta com defeito no cabo,há rompimentos aqui,seria impossível,ouvir qualquer coisa se não a sua consciência culpando o mundo!!me admira ,logo você que sempre e demasiado cauteloso,observador,não ter notado...é,era mais fácil culpar alguém do que parar e olhar um pouco ao redor....
_ Acaso acha que não olhei no que me tornei?Pensa por um segundo que não observo o que me acontece?Se pensa assim, esta completamente enganado... talvez eu tenha falho em dedicar um pouco de mais de mim para um amigo,mais que podia eu fazer quando você me apareceu aqui,quem podia me dizer se era certo ou não amar alguém,quem podia arrancar-me de mim e sacar o que passei a sentir dia a dia,seu abraço era um tormento,seu riso uma musica que não paro de ouvir,como esquecer seu rosto,seu olhar me diz como se desapaixona,hem? Me diz ,e pronto estarei para nunca mais te amar......

sufoco.



Deveria ter te dito antes ,que eu não sou quem você queria,que essa minha pele não é minha
Que não sou aquele que você ver passar nas ruas cheio de autenticidade e te fazendo acreditar que os dias podem ser floridos e todos são amigos
Sim ,eu sei que errei no momento em que deixe que você acreditasse em coisas tão poucas e bobas sobre minha pessoa,desculpe sei que magoa
E calçar isso ta ficando insuportável ,não sei mais como agir,tenho que sair
Se quiser pode conhecer quem sou de verdade,quem te acompanha por debaixo desse personagem
Criado para esconder o que alguém não quis,isso tudo é como tinta,é giz
Na verdade a força que tenho pra manter tudo vem do outro,que de se esconder esta torto
Sei que parece tolo deixar que saiba de tudo ,mais pouco me importa agora, se não contar pra que o mundo?
Lhe admito que as
fortalezas caem,e todos um dia cedem,mesmo que não queiram,se despedem.....

UM COMEÇO..

sim tudo na vida,assim como a propia vida(existencia)precisa de um começo.
não vouainda me estender por aqui nesta primeira postagemonde passo acontar coisas de minha vida,e da vida de quem me rodeia não de umaform asuja e especuliar mais de forma que eu possa olhar depois e me orgulhar de poder ter acompanhado bem o que esta a minha volta,consegui capitar oq eu estaalém destas duas esferas chamada de olhos, que muito vê e nada emcherga.
então bem vido a vida de freudhson.